sexta-feira, 31 de julho de 2015

nunca a questão

sempre nunca é essa a questão.
cortina de fumaça. escuridão escondida pela luz.
leve demais. cru. funcionalidade. para que? o maior/melhor não dar conta é fácil. então. e. ou. mas.
véu anverso. paralaxe.
abismos. crateras. poços. buracos. vácuos. forames. poros. todo e cada um deles devidamente preenchidos; insuficiência. ansiedade crítica germinada pelo grão da insegurança.
quem preenche é quem cuida e quem cuida é quem mata.
o excesso caracteriza. o contraste elucida.           o lúcido é insuportável. a sonoridade cai.             o desprezo acorrenta. o gozo                 .~muito.
vem a neblina. ando sob ela. estamos nus, não há razão. mesmo assim engomo a calça, caindo no vício à toa de parecer - com não morrer; mãos recaindo na bizzarice disso tudo.
nada se fala com os olhos, tudo se diz com as canelas. ou pulos fluem como o deslizar de uma gota na rua áspera do tempo.
eu ia sim, eu quero, eu vou, te levar pra passear nas prolixidades movediças das minhas canelas.
a rua avilta as brutas flores.
sim, a pele sente e sofre quando brisas acusatórias chulapam o peito, os pés e os joelhos, não caíamos na fatalidade da palavra e seus entrelaçamentos com natimortos. a pele é superficial mesmo, com profundidade se encontra o pré-sal ou os músculos os ossos e os órgãos.
mesmo que a fumaça deixasse de opacar o horizonte e que a luz parasse de esconder, a questão crucial não seria sequer tocada.  como poderias estar preparado para a vida - não é essa.

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