quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Nome temporário

Agora de tempos em tempos, é desfeita a solidez do estado físico, sublimado em mal-entendidos do ar
nem sempre o que tem mais a ver permite maior sintonia
é como se já tivesse sido superado o tempo para se arrepender
a história como condicionamento de futuro
a tendência da insuficiência oprime o coração
não é como se a dor passasse ou como se não existisse
é como se conviesse não acreditar, não perceber
a motivação não está dentro de nós.
o conforto contínuo reina sobre os pelegosos momentos
a disposição
a interrupção da seriedade para terminar o texto rindo, uma referência ao começo do texto para mostrar precisão na construção do pensamento germinador.

sexta-feira, 31 de julho de 2015

nunca a questão

sempre nunca é essa a questão.
cortina de fumaça. escuridão escondida pela luz.
leve demais. cru. funcionalidade. para que? o maior/melhor não dar conta é fácil. então. e. ou. mas.
véu anverso. paralaxe.
abismos. crateras. poços. buracos. vácuos. forames. poros. todo e cada um deles devidamente preenchidos; insuficiência. ansiedade crítica germinada pelo grão da insegurança.
quem preenche é quem cuida e quem cuida é quem mata.
o excesso caracteriza. o contraste elucida.           o lúcido é insuportável. a sonoridade cai.             o desprezo acorrenta. o gozo                 .~muito.
vem a neblina. ando sob ela. estamos nus, não há razão. mesmo assim engomo a calça, caindo no vício à toa de parecer - com não morrer; mãos recaindo na bizzarice disso tudo.
nada se fala com os olhos, tudo se diz com as canelas. ou pulos fluem como o deslizar de uma gota na rua áspera do tempo.
eu ia sim, eu quero, eu vou, te levar pra passear nas prolixidades movediças das minhas canelas.
a rua avilta as brutas flores.
sim, a pele sente e sofre quando brisas acusatórias chulapam o peito, os pés e os joelhos, não caíamos na fatalidade da palavra e seus entrelaçamentos com natimortos. a pele é superficial mesmo, com profundidade se encontra o pré-sal ou os músculos os ossos e os órgãos.
mesmo que a fumaça deixasse de opacar o horizonte e que a luz parasse de esconder, a questão crucial não seria sequer tocada.  como poderias estar preparado para a vida - não é essa.

sábado, 14 de março de 2015

Vrau

é impossível alcançar aquilo que não é. extanjo.
claro como o porão, embaixo da água, embaixo da terra, sem luz. metafóbico.
tênue como a linha que não barra, mantém.
transborda-sr.almaborda malém da borda. trans, hidrogenado.
hidrogendrado.
fajuto
oportuno
feito
fui
não achei
qual o apelo que a flecha faz ao vento? e por que ela agradece ao sol?

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Mar de angústia

De onde veio a angústia?
De outros amores
Foi que me afoguei num mar de amores
Confiei demais na minha habilidade de nadar
O orgulho me engoliu
A prancha reserva quebrou
A onda foi demasiadamente forte
O salva vidas não me viu
A noção de que eu sabia nadar foi suposta apressadamente por ele, pela minha ousadia de estar tão longe, flertando com as baleias.
Baleias que rapidamente viraram tubarões.
Tubarões que fizeram doer, não por me atacarem, mas por terem se transformado, impossibilitando que as baleias voltassem a flertar comigo.
Errou o salva vidas
Mas quem morreu fui eu

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Para que a pressa

Se for culpa minha, fale. Mesmo sendo você quem viveu
Mas não basta só falar, tem que falar pra mim
Quando você me falar, independentemente dela ser minha, se eu gosto de você, provavelmente vou tomá-la como sendo
É bom porque eu me sinto culpado e se você continuar se sentindo assim, a gente vai ter duplicado a culpa
Depois a gente vai crescendo com ela e ficamos bem ricos
Imagina-se uma rede, como a de um pescador da pajuçara, ao som de Juçara
Nessa rede é jogada toda a culpa do mundo
É tanta culpa que a rede não seria suficiente!
Claro que seria, a rede tem buracos, só ficam os peixes grandes
O chão te engoliu, o mundo acabou
A culpa fugiu e você ficou


segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Já fui embora tantas vezes
Que já me perdi onde não estou
É triste
Mas ainda bem que não sei como voltar

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Apaixonar

As pessoas são
As pessoas vem
As pessoas vão
Mas as vezes eu me esqueço que as pessoas podem vir a ser
Mas as pessoas vem a ser
Por virem a ser que podem deixar de ser
E deixando de ser, já não são mais
Mas pelo menos foram, ainda bem que foram
Depois elas voltam
Ou não voltam
Mas foram.